É para o passado que o festival É Tudo Verdade se volta neste ano, com diversos filmes de sua programação abordando não só os anos de ditadura no Brasil, como também outras formas de autoritarismos do passado que dão sinais de retorno em muitos países. Essas obras serão exibidas entre hoje e o dia 4 de outubro, quando o maior festival de documentários da América Latina comemora seus 25 anos. Originalmente, a edição deste ano do evento aconteceria em março, mas, com a chegada da pandemia de coronavírus ao Brasil, ela precisou ser adiada. As exibições ocorrem, quase que totalmente, online e seguirão uma lógica parecida com a de festivais presenciais, com horários definidos para que o público assista às obras. Confira a programação.
Construindo uma ponte entre o período ditatorial e alguns dos discursos de Jair Bolsonaro, Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil dá o tom do festival neste ano. E talvez seja o filme que dialoga de forma mais contundente com o presente contexto de ascensão de um discurso autoritário e conservador. “Foi por isso que eu decidi fazer esse filme, porque eu acho que a gente vive uma nova onda de autoritarismo em nível mundial. Eu acredito que o cinema tem uma função social. Não sou ingênua de acreditar que o meu filme vai mudar a história de uma nação, mas o cinema como um todo, ao expressar os tempos em que vivemos, pode despertar novos sentimentos e até mesmo alterar a cultura de um país”, diz Carol Benjamin, diretora, em entrevista à Folha.
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