Sacher-Masoch: o frio e o cruel
de Gilles Deleuze
136 páginas
“Para Deleuze, a literatura é uma atividade clínica, e o grande artista é mais um médico do que um doente.” Roberto Machado, professor de filosofia da UFRJ.
O AUTOR
Bibliografia
Ano da edição original em francês:
* Hume, sa vie, son oeuvre, avec un exposé de sa philosophie (avec André Cresson) (1953)
* Empirismo e Subjetividade (1953)
* Instincts et Institutions (1955)
* Nietzsche e a Filosofia (1962)
* A Filosofia Crítica de Kant (1963)
* Proust e os Signos (1964)
* Nietzsche (1965)
* O Bergsonismo (1966)
* Apresentação de Sacher-Masoch (1967)
* Spinoza e o problema da Expressão (1968)
* Diferença e Repetição (1968)
* Lógica do Sentido (1969)
* Spinoza: Filosofia Prática (1970) (reedição aumentada, (1981))
* Francis Bacon: Lógica da sensação (1981)
* Cinema-1: A Imagem-movimento (1983)
* Cinema-2: A Imagem-tempo (1985)
* Foucault (1986)
* Pericles e Verdi (1988)
* A Dobra (1988)
* Conversações (1990)
* L'Epuisé (Posfácio a Samuel Becket) (1992)
* Crítica e Clínica (1993)
Com Félix Guattari:
* O Anti-Édipo (1972)
* Kafka. Por uma literatura menor (1975)
* Mil Platôs (1980)
* O que é a filosofía? (1991)
Com Claire Parnet:
* Dialogues (1977)
Com Carmelo Bene:
* Superpositions (1979)
Livros deste Autor pela Zahar
Francis Bacon: lógica da sensação
Coleção Estéticas
Sacher-Masoch: o frio e o cruel
Coleção Estéticas
de Gilles Deleuze
136 páginas
“O destino de Masoch é duplamente injusto”, resume Deleuze, um dos mais importantes pensadores contemporâneos. Sacher-Masoch, que inspirou a formulação do neologismo “masoquismo”, teve ao longo dos anos sua obra praticamente esquecida e associada com os escritos do Marquês de Sade. O filósofo realiza uma brilhante leitura comparativa entre as obras do austríaco e de Sade, atento ao valor literário e ao viés psicanalítico. Um livro que ilustra bem a ideia deleuziana de que o artista ou o escritor é um pensador tanto quanto o filósofo ou o cientista.
“Para Deleuze, a literatura é uma atividade clínica, e o grande artista é mais um médico do que um doente.” Roberto Machado, professor de filosofia da UFRJ.
O AUTOR
Gilles Deleuze (Paris, 18 de Janeiro de 1925 — Paris, 4 de Novembro de 1995) foi um filósofo francês
Entre 1944 e 1948, Gilles Deleuze cursou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne), onde encontrou Michel Butor, François Châtelet, Claude Lanzmann, Olivier Revault d’Allonnes e Michel Tournier. Seus professores foram Ferdinand Alquié, Georges Canguilhem, Maurice de Gandillac, Jean Hyppolite.
Concluído o curso em 1948, ele dedica-se à história da filosofia.
Em 1968, Deleuze apresenta como tese de doutoramento Diferença e Repetição (Différence et répétition), orientado por Gandillac, na qual critica o conhecimento via representação mental e a ciência derivada desta forma clássica lógica e representativa; e como tese secundária, Spinoza e o problema da expressão (Spinoza et le problème de l’expression) orientado por Alquié.
No mesmo ano, ele conhece Félix Guattari, e este encontro resulta em uma longa e rica, e considerada por muitos controversa, colaboração. Segundo Deleuze: "meu encontro com Félix Guattari mudou muitas coisas. Félix já tinha um longo passado político e de trabalho psiquiátrico."" Na Universidade de Vincennnes, onde ensinou até 1987, Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, Fanny Deleuze, uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (webdeleuze).
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (O que é a filosofia?), coisa da qual nunca privou-se (máquinas-desejantes, corpo-sem-órgãos, desterritorialização, rizoma, ritornelo, etc., mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao complexo de édipo (ver O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia, escrito com Félix Guattari, a falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Desejo entendido como vontade de potência (aquele que Nietzsche inaugura, como criação de fluxos de vida. Desejo como puro devir. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à esquizofrenia. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". No entanto, é preciso não confundir Deleuze com um "panfletário da loucura", é o de problematizar a organização das lógicas vigentes. Na verdade, seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades. Em Mil Platôs, Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações que inicialmente poderiam ser positivas: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" (Diálogos, p. 167).
Deleuze morreu em 4 de novembro de 1995. A sua morte ainda não está bem esclarecida: é disseminada a versão de que o filósofo francês suicidou-se depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro (tumor) terminal. Mas tal fato não pode ser confirmado. Deleuze sofria de tuberculose desde a juventude (período em que os tratamentos disponíveis não eram eficazes), o que, nos últimos anos de sua vida, acabou evoluindo para uma forma grave de insuficiência respiratória. Amigos próximos advogam que Deleuze caiu acidentalmente, em função de seu estado debilitado, da janela do hospital em que estava internado, outros problematizam a intencionalidade de seu ato.
"São os organismos que morrem, não a vida."
O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado, monografias interpretando filósofos modernos (Spinoza, Leibniz, Hume, Kant, Nietzsche, Bergson, Foucault) e por outro, interpretando obras de artistas (Proust, Kafka, Francis Bacon, este último o pintor moderno, não o filósofo renascentista); por outro lado, temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
O filósofo do Corpo-sem-Órgãos (figura estética de Antonin Artaud, retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com Félix Guattari).
Para ele, O ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de Zaratustra, Deleuze afirma em L'abécédaire, entrevista dada a Claire Parnet, ter criado com Félix Guattari o conceito de ritornelo - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao. Uma filosofia da imanência, dos diagramas, dos acontecimentos.
As principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza.
Entre 1944 e 1948, Gilles Deleuze cursou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne), onde encontrou Michel Butor, François Châtelet, Claude Lanzmann, Olivier Revault d’Allonnes e Michel Tournier. Seus professores foram Ferdinand Alquié, Georges Canguilhem, Maurice de Gandillac, Jean Hyppolite.
Concluído o curso em 1948, ele dedica-se à história da filosofia.
Em 1968, Deleuze apresenta como tese de doutoramento Diferença e Repetição (Différence et répétition), orientado por Gandillac, na qual critica o conhecimento via representação mental e a ciência derivada desta forma clássica lógica e representativa; e como tese secundária, Spinoza e o problema da expressão (Spinoza et le problème de l’expression) orientado por Alquié.
No mesmo ano, ele conhece Félix Guattari, e este encontro resulta em uma longa e rica, e considerada por muitos controversa, colaboração. Segundo Deleuze: "meu encontro com Félix Guattari mudou muitas coisas. Félix já tinha um longo passado político e de trabalho psiquiátrico."" Na Universidade de Vincennnes, onde ensinou até 1987, Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, Fanny Deleuze, uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (webdeleuze).
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (O que é a filosofia?), coisa da qual nunca privou-se (máquinas-desejantes, corpo-sem-órgãos, desterritorialização, rizoma, ritornelo, etc., mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao complexo de édipo (ver O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia, escrito com Félix Guattari, a falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Desejo entendido como vontade de potência (aquele que Nietzsche inaugura, como criação de fluxos de vida. Desejo como puro devir. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à esquizofrenia. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". No entanto, é preciso não confundir Deleuze com um "panfletário da loucura", é o de problematizar a organização das lógicas vigentes. Na verdade, seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades. Em Mil Platôs, Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações que inicialmente poderiam ser positivas: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" (Diálogos, p. 167).
Deleuze morreu em 4 de novembro de 1995. A sua morte ainda não está bem esclarecida: é disseminada a versão de que o filósofo francês suicidou-se depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro (tumor) terminal. Mas tal fato não pode ser confirmado. Deleuze sofria de tuberculose desde a juventude (período em que os tratamentos disponíveis não eram eficazes), o que, nos últimos anos de sua vida, acabou evoluindo para uma forma grave de insuficiência respiratória. Amigos próximos advogam que Deleuze caiu acidentalmente, em função de seu estado debilitado, da janela do hospital em que estava internado, outros problematizam a intencionalidade de seu ato.
"São os organismos que morrem, não a vida."
O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado, monografias interpretando filósofos modernos (Spinoza, Leibniz, Hume, Kant, Nietzsche, Bergson, Foucault) e por outro, interpretando obras de artistas (Proust, Kafka, Francis Bacon, este último o pintor moderno, não o filósofo renascentista); por outro lado, temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
O filósofo do Corpo-sem-Órgãos (figura estética de Antonin Artaud, retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com Félix Guattari).
Para ele, O ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de Zaratustra, Deleuze afirma em L'abécédaire, entrevista dada a Claire Parnet, ter criado com Félix Guattari o conceito de ritornelo - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao. Uma filosofia da imanência, dos diagramas, dos acontecimentos.
As principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza.
Bibliografia
Ano da edição original em francês:
* Hume, sa vie, son oeuvre, avec un exposé de sa philosophie (avec André Cresson) (1953)
* Empirismo e Subjetividade (1953)
* Instincts et Institutions (1955)
* Nietzsche e a Filosofia (1962)
* A Filosofia Crítica de Kant (1963)
* Proust e os Signos (1964)
* Nietzsche (1965)
* O Bergsonismo (1966)
* Apresentação de Sacher-Masoch (1967)
* Spinoza e o problema da Expressão (1968)
* Diferença e Repetição (1968)
* Lógica do Sentido (1969)
* Spinoza: Filosofia Prática (1970) (reedição aumentada, (1981))
* Francis Bacon: Lógica da sensação (1981)
* Cinema-1: A Imagem-movimento (1983)
* Cinema-2: A Imagem-tempo (1985)
* Foucault (1986)
* Pericles e Verdi (1988)
* A Dobra (1988)
* Conversações (1990)
* L'Epuisé (Posfácio a Samuel Becket) (1992)
* Crítica e Clínica (1993)
Com Félix Guattari:
* O Anti-Édipo (1972)
* Kafka. Por uma literatura menor (1975)
* Mil Platôs (1980)
* O que é a filosofía? (1991)
Com Claire Parnet:
* Dialogues (1977)
Com Carmelo Bene:
* Superpositions (1979)
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