Rock,Diversão e Arte: The Hellacopters retorna após 17 anos e em meio a pandemia.

terça-feira, 17 de março de 2020

The Hellacopters retorna após 17 anos e em meio a pandemia.

Texto e fotos por Larissa de Lima

E finalmente, após 17 anos, The Hellacopters pousou em terras tupiniquins!

A espera valeu a pena. De uma banda que em 2003 foi apenas abertura de um festival e tinha um público tímido, The Hellacopters voltou, com Dregen – seu guitarrista original, que retornou à banda após a morte de Strangen em 2017 – e se deparou com fãs cheios de energia e completamente apaixonados pelo som clássico da banda Sueca.

Vale o destaque para a banda de abertura, Corazones Muertos, que,apesar de encarar um público ansioso pela banda principal, fez um show ótimo tocando suas músicas autorais, já conhecidas de parte do público paulista, intercaladas com covers de clássicos como Johnny Thunders e The Clash. Não se via nem o fã mais ansioso reclamando, pelo contrário, todos se divertiam e cantavam – até mesmo quando a banda pensou que havia acabado seu tempo no palco, mas ainda tinham tempo para mais algumas músicas de qualidade.

Levando em consideração que o show aconteceu justamente na semana que o país começou a cancelar eventos de grande porte e vimos festivais e tours canceladas a cada hora, a sensação de felicidade e alívio foi ainda maior para o público. Acompanhando o evento nas redes sociais antes do show, cada post e atualização era um susto.

Sem exageros ou tão pouco fanatismo, o show foi simplesmente impecável. Envoltos em muito gelo seco, no palco um setlist que não baixava a energia em nenhum momento, músicos tocando com entusiasmo, estilo e a marra que lhes cabe como rockstars, cerveja – com um toque de humor e a rebeldia já esperada do Rock, a escolhida foi a Corona, é claro – e cigarros. O adjetivo cabe também à parte técnica: o show não teve uma única falha e foi absurdamente equilibrado em seu exagero.

No setlist, músicas de todas as fases da banda, do primeiro CD aos hits como By The Grace of Good, Toys and Flavors e I’m in the Band, tendo espaço ainda para uma pitada de Sex Pistols, com Pretty Vacant.

Se você teve a oportunidade de ver o show de 2003 ou (se assim como esta que vos fala) esperou 13 anos para esse momento, tenho certeza que não faltou nada esperado de um show do bom e velho Rock’n’Roll. O público saiu de alma lavada, rouco e molhado. De lá, a banda decolou para Fortaleza, fechando a tour sul-americana no domingo – e até o momento do fechamento deste texto seguem curtindo uma boa e merecida praia. Enjoy, boys!!!