Simulacro e poder - Uma análise da mídia, de Marilena Chaui
No reimpresso Simulacro e Poder, Marilena Chaui fala sobre a abolição da diferença entre os espaços público e privado, além de apontar como os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada.
Para a professora, enquanto o pensamento e o discurso de direita reiteram o senso comum que permeia a sociedade, no caso da esquerda é preciso ultrapassar obstáculos - o que representa desmontar esse senso comum e a aparência de realidade e verdade que as condições sociais e as práticas existentes parecem possuir.
Publicado em 2004, Simulacro e Poder encontrava-se esgotado, e é um dos grandes sucessos da Editora Fundação Perseu Abramo.
Os meios de comunicação de massa tornaram irrelevantes as categorias da verdade e da falsidade e as substituíram pelas noções de credibilidade ou plausibilidade e confiabilidade - para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível, ou como oferecido por alguém confiável. Os fatos cederam lugar a declarações de "personalidades autorizadas", que não transmitem informações, mas preferências, as quais se convertem imediatamente em propaganda. Qual a base de apoio da credibilidade e da confiabilidade? Trata-se do apelo à intimidade, à personalidade, à vida privada como suporte e garantia da ordem pública. Em outras palavras, os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada, abolindo-se a diferença entre espaço público e espaço privado. A partir desses pressupostos, Marilena Chaui discute em Simulacro e poder: uma análise da mídia a questão do poder e dos meios comunicação na sociedade contemporânea, apresentando idéias e discussões instigantes sobre pontos centrais para entender o mundo de hoje. O livro traz ainda dois ensaios que abordam questões relativas à democracia, aos direitos e à violência no Brasil: "Direitos humanos e medo" e "Democracia e autoritarismo: o mito da não-violência"
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