Diante da reação de plataformas de streaming contra a censura ao filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, o Ministério da Justiça mudou a classificação indicativa da comédia de 14 para 18 anos e recomendou que, em canais de TV abertos, ela seja exibida apenas após as 23h. O filme, lançado nos cinemas em 2017 e disponível na Netflix e na Globoplay, foi alvo de críticas tanto de bolsonaristas quanto de pessoas que atuam no combate à pedofilia devido a uma cena em que o vilão, um pedófilo interpretado por Fábio Porchat, assedia sexualmente dois menores. Segundo juristas, a tentativa de censurar o filme, independentemente de sua qualidade ou do tema abordado, feria o inciso 9 do artigo 5 da Constituição e a jurisprudência do STF. (g1)
Danilo Gentili, autor do livro em que Como se Tornar... é baseado (e ator no longa), reagiu com ironia, publicando no Twitter uma cena da novela Os Mutantes em que o hoje secretário especial de Cultura, Mario Frias, agride uma mulher. “Isso passou em TV aberta? E se uma criança assiste? Nossa… Deveríamos censurar?”, indagou. Frias vem liderando a cruzada contra o filme na Netflix. (Folha)
A campanha contra o filme começou com uma publicação da intérprete de Libras Mariana Lima. Ela nega ser bolsonarista e se diz contra a censura. “A intenção foi alertar os pais e dizer que não dá para assistir com as crianças. Mas nunca imaginei que ia chegar aonde chegou”, diz. (Globo)
E, como costuma acontecer, a tentativa de censura a uma obra acaba por impulsioná-la. Como se Tornar o Pior Aluno da Escola era ontem a terceira atração mais assistida na Netflix brasileira. (Popline)
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