quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Grande Antônio Maria e seu legado


Joaquim Ferreira dos Santos:
 “Alguns podem até não ligar o nome à pessoa, pois ele andou tomando umas liberdades e se modernizando, mas o samba-canção está vivíssimo. Um de seus principais nomes, Antônio Maria, autor de clássicos como Ninguém me ama, morreu há exatos 56 anos, num 15 de outubro. O samba-canção, no entanto, mostrou sua longevidade ainda no mês passado, quando Tom Veloso, 23 anos, o filho mais novo de Caetano Veloso, lançou, de sua autoria e Cézar Mendes, o belo e contemporâneo Talvez. No andamento do violão, na voz suave da interpretação e no sofrimento elegante da letra — nenhuma dúvida. Antônio Maria morreu, mas o samba-canção está on. O samba-canção tem se mantido na mesma situação de um brasileiro típico — agoniza dia e noite, mas, ao contrário do que tentam alguns, não morre nem deixa que sumam com suas mais ricas tradições. Num momento de culto aos ‘fodões’, todos eles príncipes gritando vitórias no Instagram, ficou feio chegar na frente da distinta plateia e dizer ‘perdi’. Não é o caso de Tim Bernardes, 29 anos. Um dos expoentes da nova geração de cantores e compositores, ele lançou recentemente o samba-canção Buraco da Consolação, gravado em dupla com Jards Macalé. A letra fala em ‘fundo do poço’, ‘mundo podre’ e demais tristezas do fim de caso, mas acena ao final: ‘E quando a noite cair/ E o cobrir por completo de escuridão/ Você enfim poderá enxergar/ A beleza que é o amor’. O samba-canção é mais ou menos isso. Não desiste.” (Globo)

Ouça: Talvez (Spotify ou YouTube). Buraco da Consolação (Spotify ou YouTube)

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