Partiu Zuza Homem de Mello. Escritor, jornalista, contrabaixista, técnico de som, foi o mais importante pesquisador de música do país. Estava com 87 anos e morreu enquanto dormia em seu apartamento, em São Paulo. Zuza finalizou nos últimos dias uma biografia sobre João Gilberto. Ao falar sobre suas audições do álbum Amoroso, que João lançou em 1977, dizia que não conseguia ouvi-lo sem ir às lágrimas. E só de contar, chorava mais uma vez. Já havia feito um perfil sobre o violonista baiano, mas decidiu refazer os escritos, ir mais fundo na pesquisa, entrevistar mais pessoas e expandir a história.
Caetano Veloso: “Zuza Homem de Mello morreu dormindo. Ou pelo menos é o que podemos imaginar, tendo-o conhecido. Paz perene, Zuza foi a melhor pessoa que conheci nos bastidores da TV Record entre 1966 e 1968, quando esta era a emissora mais focada em música que existia no mundo”.
Juliana Borges: “Com o crítico, aprendi muito sobre jazz, um ritmo que já me intrigava desde cedo, principalmente pela forte figura de Nina Simone, mas que eu pouco sabia como bem apreciá-lo. E lá foi Zuza Homem de Mello ser um baita de um 'professor' a essa que vos escreve por ensinar que: jazz tem tema e improvisação; que jazz nos move fisicamente e no estômago; e que essa é uma ligação quando pensamos que suas origens vêm de descendentes africanos em diáspora; da relação que podemos fazer com as músicas populares e em como eles 'mexem' fisicamente conosco”. (Revista Claudia)
Neste vídeo, Roberto Menescal fala sobre Zuza e seu amor pela bossa nova e pelo jazz. “A gente adorava a atitude dos caras do jazz”.
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