Joaquín Salvador Lavado Tejón morreu ontem aos 88 anos em Mendoza, Argentina. Fãs do mundo inteiro lamentaram a perda de Quino, o criador da Mafalda, a menina de seis anos de idade que questionava o mundo à sua volta sem parar. Foi o mais traduzido da língua espanhola.
Mafalda: “Não é verdade que o passado foi melhor. O que acontecia era que os que estavam na pior ainda não se haviam dado conta”. Outras frases.
Artistas do Brasil, Chile, Colômbia e México destacaram seu legado. “O fato de ele ter colocado seus questionamentos e inquietações com o mundo na boca de crianças é algo assustadoramente talentoso”, comentou Sidney Gusman, editor da Mauricio da Sousa Produções. Trino Camacho, um dos cartunistas mais importantes do México, atribui a universalidade de Quino à sua capacidade de conectar algo muito local (como a realidade portenha de Mafalda) com questões sem nacionalidade. “Quino foi o nosso Gabriel García Márquez. Acho que ele é o maior cartunista de toda a América Latina”. Na Colômbia, Quino também foi uma figura poderosa. “Uma das qualidades de Quino é que suas observações são relevantes em diferentes gerações. Como cartunista, tinha também a enorme capacidade de fazer parecer fáceis desenhos muito difíceis, fazia-os funcionar de forma muito direta e intuitiva, com técnica e linhas brilhantes”, disse Pablo Guerra, ilustrador e editor da Cohete Comics.
Mauricio de Sousa: “O amigo Quino está agora desenhando pelo universo com aqueles traços lindos e com um humor certeiro como sempre fez. Criou sua Mafalda, hoje de todos nós, no mesmo ano em que eu criei a Mônica, em 1963. Por isso, nos tornamos irmãos latino-americanos para desbravar o mundo dos quadrinhos. Estive com ele em 2015, em Buenos Aires, no Centro Cultural Brasil-Argentina, onde o presenteei com uma Mônica ao lado da Mafalda na comemoração dos 50 anos das duas personagens. Uma pessoa dócil e um dos maiores desenhistas de humor de todos os tempos. Quino vive agora mais forte dentro de nós”.
Laerte Coutinho: “Conheci a obra do Quino nos anos 1960, quando chegaram ao Brasil as publicações da editora argentina Ediciones de la Flor, e fiquei maravilhada. Tinha 17 ou 18 anos. Quino influenciou a todos nós na América Latina. Seu trabalho é desses tão originais que qualquer um o reconhece automaticamente, com um simples olhar”.
André Dahmer: “Morreu um dos gigantes da minha profissão. Obrigado por tudo, Quino”.
O quadrinista argentino Liniers, das tirinhas “Macanudo”, também homenageou o conterrâneo com uma ilustração.
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