Após o Globo de Ouro, o Bafta e uma série de outros prêmios, só uma reviravolta de proporções hollywoodianas impediria a consagração de Nomadland (trailer no Youtube) no Oscar, cuja controvertida cerimônia em tempos de pandemia terminou no início desta madrugada. Mas a zebra passou longe, e o tocante longa semidocumentário de Chloé Zhao levou as três mais importantes estatuetas que disputava: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para Frances McDormand. Foi a consagração de Zhao, segunda mulher e primeira não branca a vencer Melhor Direção. (UOL)
Foi também a noite de Frances McDormand, que levou seu terceiro Oscar de Melhor Atriz e igualou o recorde de Meryl Streep. (Folha)
Há um aspecto revolucionário em Nomadland que está sendo pouco comentado. Em 93 anos de Oscar foi apenas a sexta vez quem um longa centrado na história de uma mulher ganhou Melhor Filme. (Slate)
Não que a noite tenha sido livre de surpresas, e a maior delas acabou provocando constrangimento. Todos apostavam que Chadwick “Pantera Negra” Boseman levaria o prêmio póstumo de Melhor Ator por A Voz Suprema do Blues (Youtube). Tanto que, mudando a tradição de décadas, a categoria foi a última da noite, em vez de Melhor Filme, para encerrar a noite num tom emocionado. Só que a estatueta foi, merecidamente para Anthony Hopkins, pelo arrebatador Meu Pai (Youtube), que levou ainda Melhor Roteiro Adaptado. Ator mais velho a receber o prêmio, Hopkins, de 83 anos, não estava presente nem mandou representante, produzindo o maior anticlímax da história do Oscar. (Variety)
Mas houve emoção, sim. Ao agradecer pela estatueta de Melhor Filme Internacional por Druk - Mais Uma Rodada (Youtube), o dinamarquês Thomas Vinterberg homenageou a filha Ida, que morreu dias antes do início das filmagens num acidente de carro. Aos 19 anos, ela estrearia como atriz no longa do pai. (Globo)
E foi, como se previa, o Oscar da diversidade. Além de Zhao, outra asiática a coreana Yuh-jung Youn, foi premiada, levando a estatueta de Melhor ator coadjuvante por Minari (Youtube). Melhor Roteiro foi para Emerald Fennell, por Bela Vingança (Youtube), e Daniel Kaluuya foi o Melhor Ator Coadjuvante por Judas e o Messias Negro (Youtube). (Washington Post)
A festa toda foi estranha. A Academia manteve o caráter presencial em Los Angeles, com alguns dos indicados (e vencedores) ao vivo em Londres e Paris. Sem plateia e com os participantes fingindo distanciamento social em mesa redondas, lembrou demais o Globo de Ouro. Pelo terceiro ano seguido não havia apresentador engraçadinho, o que não foi exatamente uma perda. Sem orquestra nem números musicais ao longo da noite, a única coisa para se assistir foram os longos discursos de agradecimento. (New York Times)
Em vídeo, os melhores momentos da cerimônia, incluindo a rebolada de Glenn Close, que continua sem sua estatueta. (Guardian)
Com ou sem pandemia, Oscar não é Oscar sem a elegância e os constrangedores equívocos do tapete vermelho. Avalie os modelos e tire suas conclusões. (Vanity Fair)
Confira a lista completa de indicados e vencedores no Oscar 2021. (G1)
E veja como e onde assistir aos filmes premiados. (Folha)
Não se chateie por seu favorito para alguma estatueta ter perdido para outro concorrente visivelmente mais fraco. Há uma longa tradição de injustiças flagrantes cometidas pela Academia. De Rocky, um Lutador ter derrotado Taxi Driver e Todos os Homens do Presidente em 1977, a qualquer um dos prêmios dados em 1999 a Shakespeare Apaixonado. (El País)
E não ganhar o Oscar está longe de ser uma vergonha. Confira esta lista de clássicos do cinema que saíram da cerimônia da Academia de mãos abanando. (Folha)
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